Informativo FAESP-SENAR-AR/SP - Edição Nº 04 - page 21

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INFORMATIVO FAESP |
OUTUBRO /2016
a dependência nacional das importa-
ções de insumos, que no caso de fer-
tilizantes chega a 70%. Enquanto não
houver expansão da produção inter-
na, a partir de incentivos a eficiente
exploração de nossas jazidas, o mer-
cado interno de fertilizantes e demais
insumos estará propenso às oscila-
ções de preço do mercado interna-
cional e às estratégias das empresas.
Será preciso também atuar de forma
cirúrgica em questões importantes
para o crescimento das exportações
brasileiras, tais como: melhorar os
programas de defesa sanitária, garan-
tir crédito aos segmentos exportado-
res, realizar acordos de equivalência
e normatização sanitária, incentivo à
agregação de valor e à diversificação
da pauta de exportações.
Em que pesem todas essas carên-
cias do setor, graças ao bom Deus,
criador de todas as coisas, mesmo
diante dessas dificuldades, o homem
do campo, vocacionado por natureza,
continua em sua lida diária, plantan-
do e colhendo para abastecer a popu-
lação brasileira e exportando alimen-
tos para o elevado número de nações
com as quais mantém relações co-
merciais. Este é o momento, portan-
to, de reflexão, responsabilidade e de
tomada de providências. É preciso os
governos reconhecerem que a eco-
nomia agrícola é fonte geradora de
emprego e grande força auxiliar no
combate da inflação. O agronegócio
brasileiro é capacitado pela sua pro-
dutividade, qualidade e é onde estão
as cadeias produtivas de todos os
segmentos da indústria, comércio,
serviços, máquinas, transporte, etc..
Todo um sistema se agrega na estru-
tura básica do produto primário. Não
basta apenas acreditar nesse imenso
potencial da agropecuária brasileira,
corrigindo as distorções existentes,
mas também é fundamental consoli-
dar o crescimento das suas atividades
agropecuárias, revertendo o contínuo
ciclo do endividamento, investindo
em assistência técnica, pesquisa e
tecnologia, bem como na profissiona-
lização, no resgate da cidadania e na
fixação do homem no campo, evitan-
do o êxodo rural e sua marginalização
nos grandes centros urbanos.
Cabe lembrar, ainda, que a
Congresso Constituinte de 1988
e seus membros ilustres criaram
o novo SENAR, passando a sua
execução à responsabilidade das
Federações de Agricultura do País
e seus Sindicatos. Nesse sentido,
oportuno ressaltar que a missão de
educar, capacitar e promover a inclu-
são social do homem do campo vem
sendo cumprida de forma eficien-
te e eficaz ao longo dos últimos 15
anos, por meio do desenvolvimento
de ações de Formação Profissional
Rural e atividades de Promoção
Social, pelo Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural – SENAR, con-
tribuindo para o grande avanço da
agropecuária no que concerne ao
aprimoramento dos conhecimentos
e condições de aplicabilidade nas
atividades agrícolas das mais avan-
çadas técnicas do setor.
Apesar das afirmações realis-
tas ora mencionadas, permanece-
mos confiantes de que o governo
finalmente venha, de forma precisa,
adotar as medidas necessárias já
amplamente identificadas em docu-
mentos e pleiteadas pelo setor pro-
dutivo, reconhecendo a importância
do setor agropecuário como o ver-
dadeiro sustentáculo da economia
nacional. E, mais uma vez, temos a
certeza de que os anais históricos re-
gistrarão que coube à extraordinária
força aplicada do homem do campo
o avanço da agricultura brasileira,
em que pese o sacrifício de milhões
que já se foram e que lutaram, uma
vida inteira, para manter as ativi-
dades agrícolas, deixando o país no
caminho do desenvolvimento sus-
tentável, graças à têmpera, à fé ina-
balável e às suas convicções.
Alertamos as autoridades pú-
blicas que a segurança nacional, os
objetivos de nação e a tranquilida-
de da nossa gente dependem do
estabelecimento imediato e defi-
nitivo de uma verdadeira e perma-
nente política agrícola, lembrando
que a população mundial atual já
ultrapassa a casa dos seis bilhões
de pessoas, o que nos leva a inda-
gar: como abastecê-la daqui a dez
anos? Todavia, continuamos acre-
ditando em nossos governantes, no
avanço de nosso desenvolvimento,
especialmente nos homens do cam-
po, agricultores e trabalhadores,
que não esmorecem na defesa e
resguardo do legado que Deus nos
outorgou: as valorosas e produtivas
Terras de Santa Cruz onde, como já
afirmara Pero Vaz de Caminha “…
em se plantando tudo dá”.
Fábio de SallesMeirelles
Presidente da Federação da
Agricultura e Pecuária do Estado de
São Paulo – FAESP
A força dos colonos italianos, alemães, japoneses ,
mão de obra introduzida no campo
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