18
CAPA
OUTUBRO /2016
| INFORMATIVO FAESP
Ao longo dos anos, nunca, em
tempo algum, o real poder político,
econômico e social da agropecuária
brasileira foi devidamente reconhe-
cido pelos poderes públicos, quer
seja em âmbito federal, estadual ou
municipal. Em decorrência dessa la-
mentável insensibilidade, o produtor
e o trabalhador rural, nos últimos 100
anos, vêm lutando bravamente para
semanter comdignidade nas suas ati-
vidades no campo, emmeio às suces-
sivas crises, com políticas macroeco-
nômicas inadequadas, planos de safra
falhos, gerando falta de decisões e
de celeridade na implantação de po-
líticas agrícolas, o que têm afetado
seriamente sua renda, desajustando a
sua consolidação, com reflexos à eco-
nomia nacional.
Neste contexto, é pertinente re-
cordarmos algumas das principais cri-
ses atravessadas pelo Brasil, a come-
çar pela de 1929, iniciada na grande
nação americana, que assolou a eco-
nomia do mundo e deixou de joelhos
o nosso país. Surgia, então, um dos
mais perversos efeitos: o êxodo rural,
provocando sérios problemas sociais,
estruturais e econômicos para os lo-
cais onde os “retirantes” se desloca-
vam. Naquele dificílimo período, no
qual o país praticamente quebrou,
os poucos produtores e trabalhado-
res que puderam se manter em suas
atividades ficaram desamparados e a
mercê de sua própria sorte, situação
essa retratada na triste frase do então
Presidente da Republica Washington
Luís, “Salve-se quem puder”. Na imi-
nência de enfrentar a crise fez-se
ressurgir a figura do colonato como
uma das formas encontradas para
atrair e manter o trabalhador rural e
sua família nas valiosas terras brasi-
leiras. Mesmo sob críticas de setores
O homem do campo,
seus desencantos e sua fé,
história, riscos e desafios
Depois da crise de 1929, surgia um dos mais perversos efeitos: o êxodo
rural, provocando sérios problemas sociais, estruturais e econômicos
para os locais onde os “retirantes” se deslocavam