Informativo FAESP-SENAR-AR/SP - Edição Nº 04 - page 17

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INFORMATIVO FAESP |
OUTUBRO /2016
Da esquerda para a direita, Ernesto Bernardes, Ari Schneider, Francisco Mesquita Neto, Fábio Meirelles e Flávio Pestana
de jornais debaixo do braço, o fran-
cês Bernard Gregoire saía a cavalo
pelas ruas da cidade anunciando as
notícias do dia. Foi um escândalo.
Os jornais concorrentes chegaram a
ridicularizar a imagem do jornaleiro
– que mais tarde foi incorporada ao
ex-libris do Estado.
Quando o jornal surgiu, tinha
quatro páginas e uma tiragem
de 2.025 exemplares. O termo
“Província” foi conservado até 31 de
dezembro de 1889, um mês após a
queda da Monarquia e instituição
da República no Brasil. Embora ti-
vesse apoiado a troca de regime,
o jornal se mostrou independente
de qualquer partido político, recu-
sando-se a servir aos interesses do
ascendente Partido Republicano
Paulista (PRP).
Quando o então redator-chefe
Francisco Rangel Pestana se afas-
tou para trabalhar no projeto da
Constituição, em Petrópolis, o jo-
vem redator Júlio de Mesquita as-
sumiu efetivamente a direção d’O
Estado e deu início a uma série de
inovações. A agência Havas, então
a maior do mundo, foi contratada
pelo jornal e deu mais agilidade às
notícias internacionais.
Ao final do século XIX, o Estado
já era o maior jornal de São Paulo,
superando em muito o Correio
Paulistano. Propriedade exclusiva
da família Mesquita a partir de 1902,
o Estado apoiou a causa aliada na
Primeira Guerra Mundial, sofrendo
represália da comunidade alemã na
cidade, que retira todos os anúncios
do jornal. Mesmo assim, Mesquita
mantém a posição de seu diário.
Nas mesmas circunstâncias, sofreu
censura por parte do governo, que
cortava matérias relacionadas às
suas ações ou às questões nacionais.
Durante a guerra, passa a circular a
edição vespertina do jornal, conhe-
cida como “Estadinho”, dirigida pelo
então jovem Júlio de Mesquita Filho.
Logo após o fim da Segunda
Guerra Mundial, o Estado viu enorme
progresso, como aumento da tiragem
e de seu prestígio nacional. Foi a fase
em que a editoria de Internacional foi
comandada pelo jornalista Giannino
Carta e por Ruy Mesquita. O Estado,
desse período até a década de 1970,
ostentou em sua primeira página
quase que exclusivamente o noticiá-
rio internacional. Outros produtos do
Grupo Estado vieram nessa mesma
época, como a Rádio Eldorado (1954),
o Jornal da Tarde (1966) e a Agência
Estado (1970).
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