Informativo FAESP-SENAR-AR/SP - Edição Nº 04 - page 24

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ESPECIAL
OUTUBRO - NOVEMBRO - DEZEMBRO /2015
 | INFORMATIVO FAESP
O economista-chefe da Bolsa de
Chicago (CME Group), Blu Putnam,
disse esperar que o Federal Reserve
(Fed, o banco central norte-ameri-
cano) eleve sua taxa básica de ju-
ros na próxima reunião de política
monetária.
Putnam não pôde participar do
Summit Agronegócio Brasil 2015, mas
traçou perspectivas econômicas para
o setor em vídeo feito para o evento.
E comentou que o desemprego nos
Estados Unidos atingiu taxa de 5% e
está perto do piso da média histórica
do país para os últimos 50 anos, que
vai de 4,5% a 7,5%. Segundo o espe-
cialista, trata-se de um indicativo
de “um mercado de trabalho muito
saudável”, corroborando para o mo-
vimento de aperto monetário.
Ele espera que a economia atinja
a meta de inflação do Fed, que é de
2% ao ano, emmeados de 2016. Hoje,
a taxa está perto de 0% em virtude
das implicações da queda nos preços
internacionais do petróleo. Mas com
a virada do ano, segundo Putnam,
alteram-se os comparativos e o índi-
ce deve retomar seu fôlego.
O economista-chefe da CME re-
pete a orientação do Fed de que o
aumento nos juros será gradual e
espera que a taxa possa atingir 1% ao
ano ao fim de 2016. “De 0% a 1%, isso
não fará grande diferença na econo-
mia, nas propriedades e em decisões
de investimento. O que vai impactar
é o psicológico. Pela primeira vez
desde a crise de 2008, o Fed vai dizer
ao mundo que a economia está indo
bem”, explicou.
Reação
Putnam não espera uma forte
reação nos mercados com o anún-
cio, mas disse que efeitos tendem a
ser observados nas semanas e meses
que se seguirão, com consequências
positivas sobre o mercado de ações,
por exemplo.
Sobre os efeitos do aperto mone-
tário sobre o mercado financeiro na
América Latina, Putnam recomendou
cautela e lembrou que a mensagem
do Fed é otimista.
O especialista também ponderou
que o mercado terá de se acostu-
mar com crescimento mais lento do
Produto Interno Bruto (PIB) norte-
-americano no futuro. Isso será um
reflexo da força de trabalho, que já
não cresce na mesma proporção, e
o envelhecimento da população –
que tem impacto sobre o consumo.
Nesse cenário, a economia deve ser
ativada por meio de ganhos e pro-
dutividade. “A economia terá pro-
blemas para crescer mais de 2,5% ao
ano sem o impulso extra da força de
trabalho”, disse. “Este também será
um desafio grande para a China mais
adiante”, disse.
China
Blu Putnam afirmou que a econo-
mia chinesa tem se desacelerado “de
maneira consideravelmente rápida”
e pode apresentar taxa de expansão
do PIB entre 5% e 6% ao ano pelos
Putnam: Fed deve subir juros
sem impactar economia
O economista-chefe da Bolsa de Chicago (CME Group), Blu Putnam
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