Informativo FAESP-SENAR-AR/SP - Edição Nº 04 - page 14

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ESPECIAL
OUTUBRO - NOVEMBRO - DEZEMBRO /2015
 | INFORMATIVO FAESP
O representante da Organização
das Nações Unidas para Alimentação
e Agricultura (FAO) no Brasil, Alan
Bojanic, afirmou que o Brasil tem po-
tencial para se tornar o maior expor-
tador de alimentos do mundo, mas
que produtores devem estar atentos
a mudanças no cenário global.
Bojanic disse que é preciso
acompanhar a desaceleração eco-
nômica na China, principal parceiro
comercial do Brasil no setor agro-
pecuário, e que a taxa de câmbio fa-
vorece a exportação, mas também
pode pesar sobre insumos e equipa-
mentos importados.
“O Banco Mundial e o Fundo
Monetário Internacional (FMI) pre-
veem que ainda teremos crescimen-
to moderado. A recuperação está
devagar e a economia global está
com problemas”, ressaltou Bojanic,
sublinhando implicações para a de-
manda por commodities.
Nesse ponto, o representante
da FAO destacou que a China deve
manter crescimento do Produto
Interno Bruto (PIB) entre 6% e 7%
ao ano até 2020, e de 5% após isso.
“Ela não vai manter o mesmo dina-
mismo que já teve e isso é impor-
tante para o Brasil, pois é a maior
compradora”, observou.
Em contrapartida, ele citou que a
expansão econômica na Índia já tor-
na esta nação a que tem maior taxa
de avanço do PIB entre os emergen-
tes. Segundo Bojanic, isso pode sig-
nificar um aumento na classe média
global, com maior demanda por ali-
mentos. “Temos que monitorar isso
de perto”, comentou.
A FAO espera que o crescimen-
to da população global se mantenha
em 1% ao ano, mas destacou que se
mantém diferenças regionais, com
maior avanço em países da África.
A entidade espera que a população
global supere 9,5 bilhões de pessoas
até 2050. Diante disso, a FAO prevê
que o setor agropecuário terá de am-
pliar significativamente a oferta de
alimentos, com o Brasil tendo papel
protagonista. “A demanda também
será mais qualificada do que a que
temos hoje”, salientou.
Bojanic afirmou que o fortaleci-
mento do dólar ante o real tem duas
implicações para produtores brasilei-
ros. “De um lado é bom para os que
exportam, mas também importamos
muitos dos insumos e do maquiná-
rio”, disse. Nessa linha, o represen-
tante da FAO defendeu que nem
sempre a desvalorização do real é
positiva para o setor.
“A taxa que temos hoje reflete
uma situação de crise e não seria
bom que o real continuasse a cair. É
importante que a taxa mantenha as
exportações competitivas, mas não
pressione insumos”, alertou.
FAO: Brasil tem potencial para
ser o maior exportador de
alimentos do mundo
O representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no Brasil, Alan Bojanic
Sergio Masson
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