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INFORMATIVO FAESP |
OUTUBRO - NOVEMBRO - DEZEMBRO
O presidente do conselho da
Cosan, Rubens Ometto, destacou a
perda de competitividade do agrone-
gócio brasileiro com a logística defi-
citária. “O que ganhamos no campo,
devolvemos nos portos e terminais,
isso é um paradigma para o agrone-
gócio brasileiro”, afirmou.
Ometto disse que a logística é o
principal entrave para o desenvol-
vimento do setor no País. “Temos
uma malha ferroviária muito aquém
do potencial. A prioridade inicial
precisa ser terminar os investi-
mentos que já tiveram início para
que funcionem com eficiência e no
segundo tempo começar a fazer os
greenfields”, disse.
Para Ometto, um dos caminhos
para impulsionar o setor é reduzir a
intervenção do governo. “Não po-
demos ter um governo muito partí-
cipe neste negócio. Eu acredito na
livre iniciativa. Quando há isso você
resolve boa parte dos problemas,
não há corrupção, cada empresário
é responsável pelas coisas que faz”,
afirmou.
Sobre a Rumo ALL, Ometto afir-
mou que a empresa tem apresentado
resultados recordes, sem mencionar
números. “É um trabalho que es-
tamos levando muito a sério e que
também vai ter muito investimento”,
disse.
JSL Logística
O diretor presidente da JSL
Logística, Fernando Antônio Simões,
defende que a iniciativa privada e
o governo atuem conjuntamente
para explorar soluções que melho-
rem o escoamento da produção do
agronegócio no País. “As indústrias
que tiverem solução própria preci-
sam avançar e empresários de me-
nor volume têm que se juntar, criar
alianças”, comentou. “O governo
tem responsabilidade, mas não es-
peremos a contribuição [para agir].
Vamos melhorar o que já existe para
soluções imediatas, e não de longo
prazo”, afirmou.
Para mostrar que há a possibilida-
de de melhorar o uso da infraestru-
tura já instalada, Simões cita dados
da Agência Nacional de Transportes
Terrestres (ANTT). Os números indi-
cam que dos 30 mil quilômetros de
malha ferroviária, seis mil quilôme-
tros operam com densidade inferior
a um trem por dia. A média de velo-
cidade dos veículos no Brasil é de 25
quilômetros por hora, ante 80 quilô-
metros por hora nos Estados Unidos.
“Antes de projetos que exigem apor-
tes bilionários e prazos extensos, a
prioridade é melhorar a malha já exis-
tente”, destacou.
Transporte
O executivo afirma que 60% do
transporte de carga no País aconte-
ce por meio das rodovias, mas que a
idade média da frota de caminhões é
de 19 anos. A dos norte-americanos
é de sete anos. “Há cerca de 230 mil
caminhões com mais de 30 anos de
uso no País que precisam ser retira-
dos de circulação”, disse, enfatizando
que isso traz impactos ambientais,
com maior emissão de poluentes, e
sociais, com acidentes em rodovias.
O diretor-presidente da JSL citou
empresas que agiram para resolver
gargalos de logística. O executivo
afirmou que a Fibria construiu termi-
nais marítimos no sul da Bahia para
transportar produtos ao Espírito
Santo. A Veracel montou um porto
a 60 quilômetros de sua nova fábrica
em Porto Seguro, retirando 75 cami-
nhões/dia da BR-101. “Não há gargalo
logístico que segure o desenvolvi-
mento do Brasil e a inovação da ini-
ciativa privada”, disse.
Perda de competividade da
logística
Sergio Masson
Rubens Ometto, presidente do
conselho da Cosan
Sergio Masson
Fernando Antônio Simões, diretor
presidente da JSL Logística