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ESPECIAL
OUTUBRO - NOVEMBRO - DEZEMBRO /2015
| INFORMATIVO FAESP
O professor titular da
Universidade de São Paulo (USP),
Decio Zylbersztajn, defendeu maior
integração entre produtores e in-
dústrias do setor agropecuário.
Segundo ele, as estratégias tocadas
tanto da porteira para dentro quanto
da porteira para fora precisam estar
coordenadas. “Essa necessidade de
estabelecer planejamento conjunto
implica novas funções para as asso-
ciações de representações dos agri-
cultores, incluindo a Federação da
Agricultura e Pecuária do Estado de
São Paulo [Faesp] e sistema sindical”.
O pesquisador também afirma
que é preciso administrar o fluxo
de informações da era digital para
produzir e repassar conhecimentos
pela cadeia produtiva. Tal função
precisaria ser executada por coope-
rativas, segundo o professor da USP.
Zylbersztajn diz ainda que produ-
tores e indústria precisam manter
negociações continuadas sempre,
inclusive commecanismos para a re-
solução de conflitos entre as partes.
Por fim, ele cita que há um conjun-
to de universidades que fazem pes-
quisa no setor, mas que trabalham
“totalmente dissociadas, salvo ex-
ceções, muitas vezes orquestradas
pela Embrapa”. Trabalhar em sinto-
nia, diz ele, é essencial para integrar
também a cadeia produtiva.
As tecnologias estão cada vez
mais presentes no campo, mas ain-
da falta formação educacional para
o uso dessas ferramentas, avaliou o
presidente da empresa de tecnolo-
gia Sensilize Israel, Robi Stark. Para o
executivo é preciso treinar os novos
agrônomos sobre como a tecnologia
deve ser aplicada. “É preciso traba-
lhar melhor a coleta de dados, saber
quando e como coletar para ser proa-
tivo e estar à frente, com projeções
para isso”, afirmou Stark.
O executivo comentou sobre as
principais tendências tecnológicas
agrícolas, entre elas, o uso de drones
ou veículos aéreos não tripulados,
para monitoramento de lavouras. Os
equipamentos que podem coletar in-
formações para auxiliar, por exemplo,
a racionalizar o uso de fertilizantes.
Segundo ele, existem vantagens
no uso dos equipamentos em rela-
ção aos tripulados, já que eles podem
voar a alturas mais baixas e captar
imagens com melhor resolução.
Robótica é apontada também como
uma nova tendência na agricultura.
Os robôs podem ser usados para ta-
refas mais sensíveis as quais outras
máquinas não são capazes de reali-
zar, como a colheita de frutas.
Stark citou ainda o uso de senso-
res que podem ser distribuídos nas
lavouras e captar dados mais preci-
sos sobre solo e desenvolvimento
de plantas. O agronegócio de Israel
é hoje um dos mais tecnológicos do
mundo e, segundo Stark, apesar da
pouca área territorial, o país conse-
guiu impulsionar sua produção ba-
seando-se em tecnologias para isso.
Zylbersztajn: aproximação
entre produtor e indústria
Stark: falta formação para uso
de tecnologia no campo
Sergio Masson
Sergio Masson
Robi Stark, presidente da Sensilize
Israel
Decio Zylbersztajn, professor titular
da Universidade de São Paulo