Page 11 - jornaled1-2014

This is a SEO version of jornaled1-2014. Click here to view full version

« Previous Page Table of Contents Next Page »

11 Informativo FAESP | MARÇO - ABRIL - mAIO /2014

Falta governança na política agrícola nacional

Para o coordenador de Proje-tos do Centro de Estudos Agrícolas da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/ FGV), Mauro Resende Lopes, no Brasil não há uma cultura de ava-liação de ­políticas públicas, “e sim uma ­insegurança institucional muito grande”, enfatizou.

“Resolver essa governança não é muito fácil, mas ficar sem ela é mui-to ruim.” Ele ressaltou as constantes mudanças de pessoas em cargos, muitos deles técnicos, como a saída de Ênio Marques e de Célio Porto, do ministério da Agricultura. “Os qua-dros técnicos do ministério foram ‘lipoaspirados’, desidratados. A pasta perdeu a musculatura do conheci-mento, da capacidade técnica”, disse, completando que é impossível ter improvisação na discussão de uma política agrícola.

Para Lopes, no caso do setor agrí-cola nacional, a limitação dos pleitos esbarra no capital político. “Dessa forma, devemos nos fixar em um conteúdo mínimo e tentar hierarqui-zar as prioridades, embora não seja característica do brasileiro”, disse. Disse que há uma dificuldade de adotar políticas agrícolas no país, porque o setor produtivo tem dificul-dade de fixar um conteúdo mínimo de necessidades. “Temos limitação de capital político”, afirmou. Citou uma pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na qual apon-ta que as questões mais urgentes da agricultura nacional são o clima e a legislação. Com relação ao clima, disse que, por exemplo, para mitigar efeitos negativos do clima na produ-ção, tem de se avançar em iniciativas como a irrigação, investir em seguro rural e eliminar a insegurança jurídica no campo. Já em legislação, Lopes in-formou que existem 16 medidas pro-visórias que impactam diretamente a agricultura, dentre elas, a demarca-

ção de terras indígenas. “É quase im-possível acompanhar a velocidade da parafernália das leis nacionais. O cus-to Brasil não é só logística. Na agricul-tura, terra e burocracia também one-ram”, destacou. Mencionou que, na

pesquisa da Fiesp, 57,1% dos entrevis-tados discordam da afirmação de que o governo brasileiro valoriza o setor agropecuário, o que impulsiona mais as reivindicações dos participantes desse segmento da economia.

Mauro Lopes: no Brasil não há uma cultura de avaliação de políticas públicas

No debate, o mediador Clay Schoz, e os professores Mario Lopes,

­Robert Thompson e Walter Belik

Page 11 - jornaled1-2014

This is a SEO version of jornaled1-2014. Click here to view full version

« Previous Page Table of Contents Next Page »