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CAPA
MARÇO - ABRIL - MAIO /2014 | Informativo FAESP
Infraestrutura e Logística defcientes
O Brasil vai continuar dependen-te do transporte rodoviário nos pró-ximos 15 a 20 anos, afirmou o diretor e professor titular da Escola Superior
de Agricultura “Luiz de Queiroz”, José Vicente Caixeta Filho, em sua apresentação durante o Fórum Esta-dão - Brasil Competitivo: “A Susten-tabilidade do Campo II”. Ele ressaltou que o governo seguirá tendo papel importante na melhoria da logísti-ca do país, mas claramente não será como investidor e sim como gestor. “O governo assumiu saúde, edu-cação, saneamento, segurança. Transporte e logística não parecem prioridade. E se a gestão da agricul-tura é difusa, também vale para a logística. Temos o Ministério dos Transportes, a Agência Nacional de Transportes Terrestres, a Empresa de Planejamento e Logística”, salientou. Para Caixeta, os investimentos em infraestrutura têm sido feitos por grandes empresas privadas, o que significa que o produtor menor não consegue se apropriar do menor cus-to logístico. “O produtor não conse-gue ir ao balcão da ferrovia negociar o escoamento da safra, ele precisa vender a produção para um agrega-dor, como uma trading, afirmou”. Na prática, o custo cerca de 20% menor com o transporte via ferrovia não be-neficia o produtor.
Em sua opinião, a expansão da malha ferroviária brasileira não avan-ça devido a problemas no marco regulatório para investimentos. Se-gundo ele, hoje a malha ferroviária é de cerca de 30 mil quilômetros e sua expansão não acontece devido a di-vergências entre empresas e gover-no. Para ele, há ainda o problema de oligopólio nas atuais ferrovias, que são majoritariamente controladas pela Vale e pela ALL.
Caixeta comentou ainda que a proposta das tradings Bunge, Cargill, Maggi e Dreyfus, de união para inves-timento em ferrovias com escoamen-to pelo norte do país, é o único cami-nho que essas empresas têm para justificar o investimento, e uma das
únicas alternativas de curto prazo. O diretor executivo da Procomex, John Edwin Mein, afirmou em sua apresentação no fórum que o proble-ma da falta de fiscais que existe hoje no país atinge também as fronteiras e os portos. Segundo ele, o sistema atual exige a presença de vários téc-nicos de diferentes áreas do governo para realizar a exportação ou impor-tação de produtos. ‘A solução seria um único representante do governo na fronteira para liberar tudo. É assim que funciona na Suécia, por exem-plo’, declarou.
Ele ressaltou, porém, que isso só é possível se for criada uma relação de confiança. Segundo ele, para cada dia adicional que um produto demora a ser despachado para o exterior há um aumento de 0,84% no custo da mer-cadoria. Conforme ele, o Brasil leva, em média, 17 dias para embarcar um produto, enquanto na Europa o prazo é de três dias, emmédia.
Mein ainda informou que, desde dezembro de 2013, há um pedido na Casa Civil para a criação de uma ja-nela única do governo nas fronteiras. ‘Um lugar único onde podemos inte-ragir com o governo ao invés de vá-rios atores, pleito este já com o aval do secretário da Receita Federal e do ministro da Fazenda. Mas a socieda-de precisa fazer pressão, senão ela não sai’, disse, ressaltando que a me-dida proporcionaria a modernização dos processos nos portos.
O diretor da Procomex mencio-nou que o armazenamento sobre rodas ilustra bem as consequências da falta de armazéns para guardar os produtos a serem exportados e os recebidos em território nacional. Ele ainda informou que entre 10% e 15% dos contêineres de Santos so-frem overbooking, ou seja, não são embarcados nos navios previstos e ficam nos portos.
José Vicente Caixeta Filho, professor
da ESALQ
John Edwin Mein, diretor executivo da
Procomex
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