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« Previous Page Table of Contents Next Page »17 Informativo FAESP | SETEMBRO - OUTUBRO /2013
não se preocuparam um mínimo se-quer para regulamentar o setor e tra-zer-nos algum tipo de tranquilidade e segurança, tudo diante do descaso que faz comos produtores rurais, que são os responsáveis pela alimentação desta imensa população brasileira. Não colocou um limite na ganân-cia das indústrias, que, com seu po-der monetário, foi tomando conta do negócio e agindo sempre de maneira que quisesse, criando regras no ramo do suco que só davam vantagens e condições para eles próprios. Com isso, fomos perdendo cada ano um pouco e esmagado pela ga-nância do poder econômico e des-caso dos governos e chegamos ao ponto de perdermos tudo. Cada ne-gociação que fazíamos, parecíamos pobres mendigos com uma canequi-nha na mão pedindo esmolas. E por fim, há dois anos, não compram la-ranja dos produtores que não fazem parte de suas preferências.
Resumindo, temos a terra, com-pramos a muda, plantamos em área previamente preparada, adubamos com fertilizantes, podamos, des-brotamos, damos empregos para milhares de pessoas e famílias, pro-duzimos, colhemos, transportamos e para chegar aqui gastamos o que não temos com defensivos para proteger as plantas e os frutos, sem falar das pragas que afetam os pomares, sem condições de controle.
Assumimos dívidas com custeios, compras de tudo que usamos para o sucesso de nossa missão, que é produzir alimentos para a mesa de nosso povo.
Fertilizantes, defensivos, trato-res, oficinas, mão de obra de colhe-dores, fretes de caminhões, tratoris-tas, empregados, inspeção de pragas etc. são coisas e elementos que não farão mais parte do nosso dia a dia e de nossa folha de pagamento. E voltando aqui e agora, vendo as máquinas erradicando os meus pés de laranja, vejo deitando junto um monte de sonhos que realizei e ou-tros sonhos que sei que não poderei transformá-los em realidade, pois cada árvore que cai, se transforman-do emnada, em cinza, sinto uma pon-tada no meu coração e uma vontade de gritar de dor e de ódio contra aqui-lo e aqueles que me fizeram chegar a esse ponto, e lá bembaixinho falando comigo mesmo eu me pego dizendo: “Obrigado por tudo que vocês me deram, e estou muito triste porque vocês têm que ir”.
Assim como a gente não quer que um filho parta de junto de nós, a gente não quer que aquilo que ama-mos, que fazem parte de nossa vida, parta. Mas isso acontece para nos provar que temos de estar sempre prontos, para ganhar ou perder, e partir para novos desafios.
“Lutar sempre, ganhar às vezes
e desistir jamais. Tenho orgulho de ser roçeiro e produzir alimentos. A agricultura agradece aos políti-cos e governantes por finalmente descansar em paz.”
LUIZ ANTONIO DA CUNHA
(LUIZ URIAS) Itápolis (SP), 5 de julho de 2013.
“Somos vitimas de governos que não se preocuparam um mínimo sequer para regulamentar o setor e trazer-nos algum tipo de tranquilidade e segurança”
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