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13 Informativo FAESP | MARÇO - ABRIL - mAIO /2014

Segurança alimentar depende de renda rural

A falta de instrumentos que ga-rantam a renda no campo em caso de adversidades climáticas e queda de preços dos produtos agrícolas é um dos principais obstáculos que devem ser superados pelo Brasil para que o País atenda às expectativas dos ór-gãos internacionais e se torne um dos principais fornecedores de ali-mentos do mundo. Um relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, si-gla em inglês) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê que até 2020 a produção mundial de alimen-tos deve crescer 20% para atender à demanda mundial, sendo que a maior expansão será no Brasil, com previ-são de aumento de 40%.

O Professor da UNICAMP, Walter Belik, ressaltou que não adianta um país produzir grande quantidade de alimentos se as pessoas não têm ren-da para consumí-los.

Ele elogiou as iniciativas do go-verno em programas de transferên-cia de renda, como o Bolsa Família, mas disse que, ao mesmo tempo, outros programas teriam que ganhar mais visibilidade. “A ideia do Bolsa Família foi difundida até para outros países e atende hoje a mais de 13 mi-lhões de famílias. Mas deveríamos retomar outros programas, de apoio à agricultura familiar, por exemplo. Walter Belik afirmou que a produ-ção atual de alimentos é suficiente para atender à população mundial, apesar dos 842 milhões de subnutri-dos no mundo, conforme número da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). “É um tema mais amplo do que disponi-bilidade de produção. Estamos falan-do também de consumo”, ressaltou. No Brasil, quarto maior produtor mundial de alimentos, 7% da popu-lação mundial é considerada subnu-trida, reforça o professor, ainda com

base nos números da FAO. “Não tem a ver com oferta, mas com preço. As pessoas são pobres, e o preço dos alimentos subiu em todo o mundo”, afirmou. De acordo com dados da FAO divulgados, a inflação de ali-mentos no Brasil cresceu à taxa mé-dia de 8% ao ano entre os anos 2000 e 2012, o quartomaior índice doG-20. O acumulado do período aponta para inflação de 149,2% no período, acima da média mundial, de 120%.

De outro lado, ainda para o pro-fessor da Unicamp, os produtores brasileiros estão entre os maiores beneficiados pela alta nos preços dos alimentos após a crise de 2008, quando as commodities atingiram cotações recordes. “Está certo que os custos também aumentaram, mas de forma geral o Brasil se deu bem. Se a gente observar, a pobreza no campo diminuiu”, ressaltou. Grandes produ-tores agrícolas têm ampliado a pro-dução de grãos nas novas áreas de fronteira, impulsionados pelos pre-ços internacionais remuneradores.

Seguem demandando, no entanto, maior apoio do governo para políti-cas agrícolas. No Brasil, o crédito ru-ral para custeio de safra a taxas sub-sidiadas norteia a política de governo para incentivo à produção, o que é considerado insuficiente.

Walter Belik: até 2020, a produção mundial de alimentos deve crescer 20%

“Não adianta um país produzir grande

quantidade de alimentos se as pessoas não têm renda para consumi-los”

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