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45 Informativo FAESP | SETEMBRO - OUTUBRO /2013

70 países participam de reunião comemorativa dos 50 anos da OIC

Ao completar 50 anos de existên-cia, a Organização Internacional do Café (OIC), entidade multilateral se-diada em Londres que reúne os prin-cipais produtores e importadores do grão, realizou reunião, dos dias 9 a 13 de setembro, em Belo Horizonte, com a participação de representan-tes de 70 países, responsáveis por 97% da produção mundial do produ-to e 80% do consumo da commodity. Foi uma ocasião rara em que a OIC se deslocou para fora de Lon-dres, onde fica sua sede, para coin-cidir com a Semana Internacional do Café. Durante o encontro, foi divul-gada a Carta de Belo Horizonte, do-cumento que traça um panorama da conjuntura atual da commodity, além de apontar políticas e tendências da produção para os próximos anos. Mauricio Lima Verde Guimarães, Presidente do Sindicato Rural de Bauru e representante dos produ-tores brasileiros do setor privado da organização, integrou a delegação brasileira e salientou alguns pontos de destaque da reunião:

1. existe uma grande preocupação com a incerteza econômica do café, tanto pelos países produtores como pelos consumidores;

2. o tema das questões ambientais também foi motivo de discussão, mas sem nenhuma conclusão viável; 3. segundo os participantes, o gran-de problema da cafeicultura além dos aspectos econômicos é a ques-tão ­social: os países produtores são ­pobres e enfrentam grandes ­problemas nesse sentido; no Brasil são 300 mil produtores.

Anunciou-se também o volume da safra brasileira, que, de acordo com a Companhia Nacional de Abas-tecimento CONAB), será de cerca de 48 milhões de sacas. A produ-ção mundial deverá ficar em cerca de 140 milhões de sacas, contra um consumo de 138 milhões, sendo Bra-

sil, Vietnã, Indonésia e Colômbia os principais países produtores. No ano passado, 50,83 milhões de sacas de café foram colhidas no Brasil. Neste ano, a previsão da Conab é que sejam colhidas 47,54 milhões de sacas, por se tratar de período de baixa biena-lidade (alternância anual entre gran-des e pequenas produções).

Claudio Masson, Coordenador da mesa diretora de assuntos de café da FAESP, também participou de algu-mas reuniões como observador. Houve discussão sobre o desen-volvimento do gerenciamento de risco e seguros para o café, principal-mente os contratos de hedge (pro-teção) nos mercados a termo (com preço e prazo para liquidação fixa-dos). E os representantes dos países participantes analisaram formas de conseguir financiamento e gestão de

riscos commaior eficácia.

Segundo o diretor-executivo da OIC, Robério Silva, os demais paí-ses produtores, como a Colômbia, ­deveriam seguir o exemplo do Bra-sil e adotar medidas para apoiar o ­ordenamento da oferta de café, a fim de reduzir a pressão sobre os pre-ços. O documento final do encontro ­mostra a preocupação em relação aos preços atuais, que são os mais baixos desde 2009.

Os membros da OIC também ­reconheceram a necessidade de ­entendimento acerca das condi-ções estruturais nos mercados ­internacionais e das tendências de longo prazo na produção e no consu-mo que equilibramoferta e ­demanda, resultando em preços equitativos tanto para os produtores como para os consumidores.

Na foto, Maurício Lima Verde Guimarães, Presidente do Sindicato Rural de Bauru e representante dos produtores brasileiros do setor privado. Ao seu lado,

Cláudio Masson, Coordenador da Mesa Diretora de Café da FAESP

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