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CAPA
julho - AGOSTO /2013 | Informativo FAESP
Professor quer PAC para o agronegócio
O aumento da competitividade do agronegócio brasileiro, setor res-ponsável por mais de um terço das exportações brasileiras, depende de políticas de longo prazo para plane-jamento da safra, de soluções para os entraves logísticos e do entrosamen-to da cadeia produtiva. Essas ques-tões dominaram os debates no painel “Políticas Públicas e Instrumentos para a Sustentabilidade do Setor Agropecuário”, que abriu o Fórum Estadão Brasil Competitivo. O pesquisador do Núcleo de Eco-nomia Agrícola da Unicamp, Antônio Buainain, disse que a sustentabi-lidade do setor depende de regras claras que não contemplem apenas um ano-safra mas um período mais longo. “Com tantos PACs , não houve um PAC do agronegócio”, apontou.
Ameaças
Buainain listou quais são, na sua
opinião, as cinco principais ameaças à competitividade do agronegócio brasileiro: 1) a política institucional, que se reflete na fragilidade política do Ministério da Agricultura e dos produtores rurais (apesar da banca-da ruralista), em incertezas e até em trapalhadas institucionais que im-pedem a execução de um programa consistente de desenvolvimento sus-tentável da agricultura, retardam in-vestimentos, produzem insegurança no campo e prejudicam segmentos importantes, como vem ocorrendo com o álcool, que sofre a “concorrên-cia desleal” da gasolina; 2) a logísti-ca, que compromete o escoamento e a própria produção do campo; 3) a sanitária, uma ameaça que nunca foi levada a sério no país e que pode destruir segmentos importantes da agropecuária (ninguém lembra que o bicudo eliminou a produção de al-godão no Nordeste e em São Paulo, com grandes perdas socais e econô-
micas); 4) a financeira, associada à crescente monetização da produção agropecuária num contexto de vo-latilidade de preços e exacerbação dos riscos climáticos sem mecanis-mos eficazes de proteção (seguro, preço mínimo, coordenação de ca-deias, etc.); e 5) risco tecnológico, que tampouco é pequeno, apesar da existência da Embrapa e de outras instituições competentes.
Logística
Buainain lembrou as imagens de filas de caminhões a caminho de por-tos ao longo do primeiro semestre e criticou a falta de estradas vicinais no Brasil para transportar a produção. “Nós estivemos contornando esse risco (logístico) quando tínhamos uma agricultura de 70, 80, 90milhões de toneladas. Não dá para improvisar o abastecimento dos grandes centros quando estamos falando de safra de 190 milhões de toneladas.” Outro risco importante está relacionado a questões políticas e institucionais. “A fragilidade política se manifesta na situação do Ministério da Agricul-tura”, criticou. “É umministério onde mal se aprende o nome de um minis-tro e já se tem de voltar ao banco de escola e aprender outro.”
Ele também criticou as indefini-ções sobre a aquisição de terras por estrangeiros e demarcação de terras indígenas, defendendo uma política “sustentável de médio e longo prazo” para o agronegócio. “Não podemos continuar tratando o setor com pla-no safra anual. Deve haver programa de médio e longo prazo.” Riscos fitos-sanitários, financeiros e tecnológicos também afetam o desempenho do setor em um horizonte mais amplo. “Como vamos lidar com essas novas ameaças de pragas? Pragas precisam ser combatidas com tecnologia.”
Antônio Márcio Buainain: “Com tantos PACs, não houve
um PAC do agronegócio”
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