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A agropecuária brasileira, em termos agregados, não teve muitosmotivos para comemorar em2012. A análise cuidadosa das estatísticas do exercício mostra leve desaceleração do setor, com problemas pontuais de maior gravidade. Cadeias produtivas importantes do agronegócio têmenfrentado dificuldades que se não forem sanadas podem fi-car crônicas e comprometer as expectativas de médio prazo da agropecuária brasileira. As atividades pecuárias, ca-na-de-açúcar, algodão e laranja são as atividades que passam por maiores dificuldades. Soja e milho, produtos que respon-dem por mais de 80% da pro-dução nacional de grãos estão em conjuntura mais favorável. Mas é justamente o momento positivo desses grãos que traz problemas para as atividades pecuárias, especialmente de su-ínos e aves, que estão sufocadas com os custos da ração. Contra-dições à parte, realiza-se a se-guir uma macroanálise do setor agropecuário.
Tradicionalmente, a agro-pecuária brasileira cresce com base na sua própria capacidade de inovar, ganhar produtividade e expandir mercados, tendo em vista que as políticas públicas di-recionadas ao setor são cada vez mais acanhadas, preocupadas cada vez mais com a conjuntu-ra de curtíssimo prazo e menos com sustentação econômica das atividades em longo prazo. Contudo, desta vez, a força automotriz da agropecuária não foi suficiente para impulsioná- -la, sinalizando que quaisquer adversidades climáticas as-
Balanço da Agropecuária em 2012
sociadas aos gargalos das políticas econômica (fiscal e monetária), externa (cambial) e de infraestrutura impõem forte revés na trajetória de crescimento do setor. Obviamente, contribuíram também para essa desaceleração a situ-ação delicada da economia mundial e a própria fragilidade demonstrada pela economia nacional, que restringiram a demanda doméstica e internacional por produtos agrícolas, respectivamente.
O Gráfico 1 exibe a redução do saldo da balança comercial brasileira que passou de US$ 29,7 para US$ 19,4 bilhões entre 2011 e 2012. O resultado da balança comercial vinha se deteriorando desde 2006, mas os superávits cres-centes do agronegócio vinham compensando seus resultados. Entretanto, em 2012, o agronegócio exportou US$ 96,8 bilhões, acréscimo de apenas 1% em relação ao ano anterior, valor que não foi suficiente para sustentar a balança comercial brasileira que teve redução de aproximadamente US$ 10 bilhões. O arrefecimento da demanda externa contribuiu para a redução das expor-tações brasileiras. A seca nos EUA, por outro lado, elevou os preços interna-cionais de soja e milho, beneficiando o Brasil. Essa oportunidade de exporta-ção de milho, gerada pela quebra na safra estadunidense, explica o resultado positivo significativo na exportação brasileira do cereal.
Os destaques negativos no comércio internacional ficam por conta do açú-car, café e produtos florestais, conforme se observa com detalhe no Quadro 1 que mostra o desempenho dos principais complexos agroindustriais. Não se pode deixar de mencionar que o câmbio atuou em 2012 a favor dos exportado-res, pois houve uma apreciação do real frente ao dólar (US$).
Outro sinal de desaceleração foi emitido pelo IBGE, ao apresentar o PIB por setor. A agropecuária teve um resultado negativo considerável, com que-da de 2,3% em 2012. O PIB nacional teve crescimento modesto de 0,9% e a agropecuária, neste ano, contribuiu para esse resultado fraco do PIB. É impor-tante lembrar que o cálculo do IBGE se baseia na colheita de 2012, referente
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1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Gráfico 1. Exportações do Agronegócio e Saldo da Balança Comercial Brasileira
Exportação Saldo
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